A primeira coisa que um utilizador comum pensa ao ver a palavra “virtualização” é a possibilidade de executar vários sistemas operativos numa máquina física. O que permite “correr” vários sistemas operativos apenas num computador e, dependendo da capacidade do mesmo, vários em simultâneo, permitindo testar diferentes sistemas operativos e programas variados nessas mesmas máquinas virtuais, sem comprometer o desempenho da máquina física.
Ao nível do hardware necessário para podermos ter sistemas de criação/gestão de máquinas virtuais, é necessário que o computador tenha alguns recursos essenciais, como boa capacidade de memória, processador rápido e velocidade de disco. Por exemplo, ao alocarmos memória à máquina virtual, esta será exclusivamente utilizada por essa máquina virtual, ou seja, se o computador tem 8 GB de memória RAM e alocamos a uma máquina virtual, 2 GB de memória, passam a estar disponíveis 6 GB para o sistema operativo “real”. Esta memória apenas é alocada à máquina virtual quando a mesma está ligada, sendo libertada aquando do seu encerramento. No entanto, se quisermos utilizar várias máquinas virtuais em simultâneo, temos que ter em conta a memória que temos disponível para as mesmas e que, também o processador e o disco serão partilhados por todas as máquinas (virtuais e real).
O Microsoft Hyper-V
Nas versões do Windows 8.1 e 10 (versões profissionais ou superiores, sendo que nas versões “home” não é possível), existe uma funcionalidade que nos permite instalar o Hyper-V (ferramenta de criação e gestão de máquinas virtuais da Microsoft).
Para o fazer, necessitamos de aceder ao painel de controlo e selecionar a opção “programas e funcionalidades” e aceder à opção “Ativar e desativar funcionalidades do Windows”:
Posteriormente, será necessário selecionar a opção Hyper-V e aguardar o fim do processo, reiniciando a máquina quando solicitado para tal:
Após a instalação, acedemos à funcionalidade através do menu iniciar. Abrindo o programa, verificamos que não existem máquinas virtuais criadas e criaremos uma acedendo ao menu ação e selecionando a opção novo, máquina virtual:
De Seguida, atribuímos um nome à máquina virtual (neste exemplo instalaremos o Windows 10), escolhendo a localização onde será armazenada a máquina virtual. Nos passos seguintes poderemos selecionar se a máquina virtual será de geração 1 (sem suporte UEFI e com possibilidade de instalar sistemas operativos de 32 bits), ou geração 2 (com suporte UEFi e apenas para sistemas operativos de 64 bits). No que diz respeito à memória a alocar, selecionamos 2048 MB para esta máquina virtual com a opção de a mesma ser ajustada dinamicamente, ou seja, caso a máquina virtual necessite de mais memória, o hyper-V fará essa gestão e alocará mais memória à mesma, fazendo o contrário se não tiver necessidade dos 2048 MB):
Após estas escolhas, será necessário selecionar a placa de rede utilizar na máquina virtual (existindo aqui algumas opções a explicar mais detalhadamente numa fase posterior) e o tamanho máximo do disco a utilizar pela máquina virtual fazendo a conclusão do processo:
Nesta fase temos a máquina virtual criada com as definições básicas. No entanto, não temos ainda nenhum sistema operativo instalado. Para instalarmos qualquer sistema operativo, o processo é muito semelhante ao processo numa máquina real, variando apenas o facto de a instalação também poder ser efetuada através de um ficheiro com extensão .ISO (Imagem de cd/dvd). Para isso temos que ligar a máquina virtual, inserir o CD/DVD ou o ficheiro .ISO, sendo que esta seleção se faz no menu suporte de dados. Posteriormente iniciamos a máquina virtual e esta iniciará o processo de instalação, tal e qual uma máquina “real”.
Existem vários programas de criação/gestão de máquinas virtuais, no entanto, a grande maioria está apenas focado na vertente profissional das tecnologias de informação e acarretam custos. Esta solução é uma solução grátis para quem já tem um sistema Microsoft, existindo as restrições já referidas no início deste artigo.
Futuramente, no 2º artigo sobre virtualização, abordaremos outro programa que é também uma solução grátis, para uso particular e que pode ser utilizado em todas as versões do Windows (inclusive a Home), Linux e Mac OS.
Bom artigo para iniciar e/ou aprofundar conhecimentos!
No entanto ficou a faltar como ativar na BIOS, em alguns PCs vem desativa, a opção para que seja possivel instalar o Hyper-V ou outro software para virtualização. Parabéns pelo conhecimento partilhado.
Obrigado Hugo pela observação pertinente 🙂